Como é meu primeiro post no blog, me sinto na responsabilidade de fazer algo legal. É de se ressaltar que não é apenas minha primeira postagem nesse blog, como em qualquer um. Sim, eu nunca postei em um blog antes, as considerações sobre isso ficam a cargo de cada um; pode-se dizer que eu "não tive infância" - como falou o Gui. Mas eu prefiro pensar que faltou é paciência, algo que eu tenho pouco, por isso vamos a lista.
Ressaltando por último que a parada ali embaixo provém de uma perspectiva indie simplificada, ou seja, não contém aquelas bandas altamente alternativas que muitas vezes as pessoas tendem a idolatrar (e que muitas vezes são boas), mas pra facilitar meu trabalho, ficamos só com as mais óbvias.
Oracular Spectacular - MGMT
O duo nova-iorquino "chegou de sola" com o seu álbum de estréia. Mais uma das bandas adeptas do electro rock, os caras chegaram com melodias altamente cativantes e letras estranhas, por muitas vezes politicamente incorretas. Ao ouvir as músicas, tu tem a nítida impressão de que foram gravadas sob a influência de alguma droga ou álcool; o que provavelmente é verdade.
Destaque pros hits instantâneos "Time to Pretend", "Kids" e "Electric Feel"; que animam qualquer noite, por pior que esteja. As duas primeiras, inclusive, tem "riffs eletrônicos" - ou seja lá como poderia chamá-los - daqueles que grudam na cabeça e te fazem cantarolar que nem um idiota por dias.
Only By The Night - Kings Of LeonMais um ano, mais um cd do KoL e mais uma ve z o s caras mostram que sabem o que tão fazendo. Pel a quarta vez desde 2002 - quando foi lançado seu álbum de estréia - eles mandam ver um álbum com muitas músicas de qualidade, como o primeiro single "Sex on Fire" e a pseudo-balada introspectiva "Use Somebody".
Introspectivo, aliás, como praticamente todas as faixas, dessa vez o quarteto do Tennessee deixa um pouco de lado o southern rock e entra de cabeça no indie, mas sem perder a voz inconfundivel de seu frontman Caleb Followill. Outra a coisa pra se prestar atenção são as baterias do irmão mais velho Nathan, que, mesmo sem viradas estroboscópicas ou solos de tirar o fôlego, são muitas vezes inovadoras e merecem destaque.
Dig Out Your Soul - Oasis
Eles voltaram. E quando o Oasis entra em um estúdio para produzir material novo, é certeza de que coisa boa vem aí. O Dig Out Your Soul talvez seja o álbum mais inovador dos remanescentes do britpop, talvez porque o Liam tenha deixado de lado a idéia de ser a reencarnação do John Lennon.
Esse cd tem uma pegada que pode-se até dizer mais punk do que os trabalhos anteriores. Os singles "Shock of the Lightning" e "Bag It Up" são de deixar o queixo caído, mas todas as faixas mantém uma regularidade digna de uma das maiores bandas de rock do mundo.
Day & Age - The Killers
Normalmente, quando ouvimos que uma banda fez um cd mais "pop", a tendência é que os roqueiros de plantão reclamem e declarem guerra a tal banda que "se vendeu". E, confesso que essa foi a minha primeira reação ao ouvir de canto o cd novo da trupe liderada pelo showman Brandon Flowers; no entanto, ao dar a Day & Age a devida atenção, percebi que, realmente, ele está mais pop que os anteriores - inclusive, as guitarras ficam muitas vezes relegadas a um segundo plano - só que o cd é bom demais.
Acho importante dar um aviso aos navegantes: tomem cuidado ao ouvir "Human" ou "Spaceman", elas são altamente viciantes. Uma vez escutadas, não dá pra parar.
Perfect Simmetry - Keane

Diretamente da
rehab pras paradas, o terceiro álbum da banda inglesa parece descontar toda a frustração adquirida pelo vocalista Tom Chaplin no tempo que passou internado se recuperando de seu vício em drogas. Novamente uma demonstração de seu piano rock de primeira qualidade, o Keane continua deixando as guitarras de lado para, dessa vez, apostar em um álbum mais eletrônico, em que os sintetizadores estão quase sempre presentes.
Deixando um pouco de lado as baladas melódicas que fizeram muito sucesso como "Everybody is Changing", o trio aposta em faixas mais dançantes como o carro chefe "Spiralling" e a ótima "Lovers Are Losing". Vale a pena.
Off With Their Heads - Kaiser Chiefs

Alguém mais, ao ouvir os dois primeiros álbums do KC, já teve a sensação de que faltava alguma coisa? Pois é, apesar de já ter me divertido muito com "Ruby" e "I Predict a Riot", aquela sensação de que faltava algo persistia; talvez fosse algum problema na produção, faltasse um pouco de capricho - sei lá. O que eu sei é que o que quer que fosse, não falta no último trabalho do quinteto inglês. Sem dúvida, eles amadureceram de vez musicalmente.
Faixas como "Addicted to Drugs", "Spanish Metal" e "Never Miss a Beat" fazem desse o melhor álbum dos três já lançados pelo Kaiser Chiefs. Merece muito a admissão nessa lista.
Here We Stand - The Fratellis
Esse não poderia ficar de fora, né. Como fã número 1 de Fratellis no mundo inteiro, faço questão de colocar o Here We Stand aqui.O fato é que muita gente não deu ao álbum o merecido crédito por causa da primeira impressão deixada pelo Costello Music (que é a maior obra prima da história musical depois de London Calling), mas Here We Stand é bom demais, o problema é que como o próprio líder da banda disse: eles nunca mais vão conseguir fazer algo com o Costello. Mas os fãs, como eu, se contentam com lançamentos desse calão, com obras como "Heady Tale", "Mistress Mabel", "Shameless" e etc.We Started Nothing - The Ting Tings

Bom pra dançar, bom pra ouvir em casa e com uma vocalista bonita. Precisa de mais alguma coisa pra uma banda fazer sucesso? Acho que não. E é isso que o Ting Tings veio provar com seu álbum de estréia.
A dupla britânica faz um electro rock bem limpo, com destaque pras baterias e backing vocals do outro cara que eu nem sei o nome, porque - no final das contas, quem interessa é a mina que canta. E canta muito, e ainda toca guitarra. Acho que tô apaixonado...
Consolers Of The Lonely - The Raconteurs

Sabe qual a semelhança entre o Who, o Led Zeppelin e o Raconteurs? Guardadas as devidas propoções - obviamente - as três são bandas em que os quatro integrantes sabem (ou sabiam) muito bem o que fazer com seus instrumentos. Jack White, Jack Lawrence, Brandon Benson e Patrick Keeler são quatro grandes músicos e que sabem fazer grandes canções.
Esse segundo trabalho da banda do líder do White Stripes está repleto de músicas... bonitas. É, bonitas mesmo, acho que é a melhor palavra pra descrever faixas como "Many Shades of Black", "Top Yourself" e "Carolina Drama".
Vampire Weekend - Vampire Weekend

O Vampire Weekend é um quarteto nova-iorquino que chega pra inovar com seu álbum de estréia. Com uma mistura inédita de indie rock/pop com dub, afrobeat e afins, eles são mais uma das bandas estreantes que chegam pra se afirmar no cenário do rock internacional.
Com um cd repleto de percussão e teclados, faixas como "Mansard Roof", "A-Punk", "Cape Cod Kwassa Kwassa" e "Oxford Comma" merecem destaque. Ouçam!
Menções honrosas: Accelerate (REM), Partie Traumatic (The Black Kids), Intimacy (Bloc Party), Donkey(CSS), Konk (The Kooks), Loyalty to Loyalty (Cold War Kids)