quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Jeff Buckley, uma breve biografia.

Desculpem o texto longo, mas se a BBC precisa de uma hora pra falar um pouco dele, imagina o que eu precisaria.

Depois que vi o documentário que a BBC fez há uns anos atás sobre Jeff Buckley eu não tinha como não falar dele aqui e agora. O documentário se chama "Everybody here wants you" (nome de uma de suas músicas) e os links para ver no YouTube estão no fim da postagem.

Jeff Buckley, um músico americano com os pés no chão mas a mente num mundo paralelo. Se Keith Richards está certo e as músicas estão no ar, só basta pescá-las, então Jeff Buckley foi um dos melhores pescadores da história da música.

Crescido como Jeffrey Scott Morehead pelo fato de ter sido criado por um padrasto de sobrenome Morehead. Em torno de seus 8 anos ele ouviu seu pai biológico cantando, ninguém menos do que Tim Buckley, e então Jeff resolver ser conhecido e chamado de Jeff Buckley. Aos 14 anos ele pediu uma guitarra de presente e falou "eu serei um deus da guitarra". Inspirado por muitos músicos, mas principalmente por Jimmy Page (Led Zeppelin), Jeff começou a tocar a guitarra. Desde jovem já era visível o potencial do garoto.

Numa espécie de bar, chamado Sin-é, Jeff costumava fazer shows solos, só ele e sua guitarra. Ele gostava muito desses shows, pois estando somente ele tocando ele podia fazer suas viagens durante as músicas. Sem ter nenhuma música gravada um empresário da Columbia/Sony viu um desses shows e chamou o Jeff para assinar um contratos milionário para gravar 3 discos.

Segundo a Sony Jeff Buckley seria rapidamente do escalão de Bob Dylan e Bruce Springsteen.

Jeff tinha muito clara a idéia de que ficar famoso rápido era ruim, não era o que ele queria. Logo pode-se imaginar que o CD Grace não seria a grande obra dele. Mas com o sucesso que o CD fez Jeff ficou dois anos em turnê e quando estava gravando o segundo disco morreu tragicamente afogado, sem vestígios de drogas nem machucados.

Jimmy Page disse que "Grace" é, com certeza, um dos melhores discos da década de 90 e que é fã de Jeff Buckley. Aquele que era ídolo virou fã. Quem mais consegue isso?

PS.: Brad Pitt também é fã do Jeff Buckley.

Documentary "Everybody here wants you":
Part1 Part2 Part3 Part4 Part5 Part6

Pode comentar, não faz mal à ninguém.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Os 10 melhores álbuns de 2008

Como é meu primeiro post no blog, me sinto na responsabilidade de fazer algo legal. É de se ressaltar que não é apenas minha primeira postagem nesse blog, como em qualquer um. Sim, eu nunca postei em um blog antes, as considerações sobre isso ficam a cargo de cada um; pode-se dizer que eu "não tive infância" - como falou o Gui. Mas eu prefiro pensar que faltou é paciência, algo que eu tenho pouco, por isso vamos a lista.

Ressaltando por último que a parada ali embaixo provém de uma perspectiva indie simplificada, ou seja, não contém aquelas bandas altamente alternativas que muitas vezes as pessoas tendem a idolatrar (e que muitas vezes são boas), mas pra facilitar meu trabalho, ficamos só com as mais óbvias.



Oracular Spectacular - MGMT



O duo nova-iorquino "chegou de sola" com o seu álbum de estréia. Mais uma das bandas adeptas do electro rock, os caras chegaram com melodias altamente cativantes e letras estranhas, por muitas vezes politicamente incorretas. Ao ouvir as músicas, tu tem a nítida impressão de que foram gravadas sob a influência de alguma droga ou álcool; o que provavelmente é verdade.

Destaque pros hits instantâneos "Time to Pretend", "Kids" e "Electric Feel"; que animam qualquer noite, por pior que esteja. As duas primeiras, inclusive, tem "riffs eletrônicos" - ou seja lá como poderia chamá-los - daqueles que grudam na cabeça e te fazem cantarolar que nem um idiota por dias.



Only By The Night - Kings Of Leon


Mais um ano, mais um cd do KoL e mais uma ve z o s caras mostram que sabem o que tão fazendo. Pel a quarta vez desde 2002 - quando foi lançado seu álbum de estréia - eles mandam ver um álbum com muitas músicas de qualidade, como o primeiro single "Sex on Fire" e a pseudo-balada introspectiva "Use Somebody".

Introspectivo, aliás, como praticamente todas as faixas, dessa vez o quarteto do Tennessee deixa um pouco de lado o southern rock e entra de cabeça no indie, mas sem perder a voz inconfundivel de seu frontman Caleb Followill. Outra a coisa pra se prestar atenção são as baterias do irmão mais velho Nathan, que, mesmo sem viradas estroboscópicas ou solos de tirar o fôlego, são muitas vezes inovadoras e merecem destaque.



Dig Out Your Soul - Oasis



Eles voltaram. E quando o Oasis entra em um estúdio para produzir material novo, é certeza de que coisa boa vem aí. O Dig Out Your Soul talvez seja o álbum mais inovador dos remanescentes do britpop, talvez porque o Liam tenha deixado de lado a idéia de ser a reencarnação do John Lennon.

Esse cd tem uma pegada que pode-se até dizer mais punk do que os trabalhos anteriores. Os singles "Shock of the Lightning" e "Bag It Up" são de deixar o queixo caído, mas todas as faixas mantém uma regularidade digna de uma das maiores bandas de rock do mundo.



Day & Age - The Killers



Normalmente, quando ouvimos que uma banda fez um cd mais "pop", a tendência é que os roqueiros de plantão reclamem e declarem guerra a tal banda que "se vendeu". E, confesso que essa foi a minha primeira reação ao ouvir de canto o cd novo da trupe liderada pelo showman Brandon Flowers; no entanto, ao dar a Day & Age a devida atenção, percebi que, realmente, ele está mais pop que os anteriores - inclusive, as guitarras ficam muitas vezes relegadas a um segundo plano - só que o cd é bom demais.

Acho importante dar um aviso aos navegantes: tomem cuidado ao ouvir "Human" ou "Spaceman", elas são altamente viciantes. Uma vez escutadas, não dá pra parar.



Perfect Simmetry - Keane



Diretamente da rehab pras paradas, o terceiro álbum da banda inglesa parece descontar toda a frustração adquirida pelo vocalista Tom Chaplin no tempo que passou internado se recuperando de seu vício em drogas. Novamente uma demonstração de seu piano rock de primeira qualidade, o Keane continua deixando as guitarras de lado para, dessa vez, apostar em um álbum mais eletrônico, em que os sintetizadores estão quase sempre presentes.

Deixando um pouco de lado as baladas melódicas que fizeram muito sucesso como "Everybody is Changing", o trio aposta em faixas mais dançantes como o carro chefe "Spiralling" e a ótima "Lovers Are Losing". Vale a pena.



Off With Their Heads - Kaiser Chiefs



Alguém mais, ao ouvir os dois primeiros álbums do KC, já teve a sensação de que faltava alguma coisa? Pois é, apesar de já ter me divertido muito com "Ruby" e "I Predict a Riot", aquela sensação de que faltava algo persistia; talvez fosse algum problema na produção, faltasse um pouco de capricho - sei lá. O que eu sei é que o que quer que fosse, não falta no último trabalho do quinteto inglês. Sem dúvida, eles amadureceram de vez musicalmente.

Faixas como "Addicted to Drugs", "Spanish Metal" e "Never Miss a Beat" fazem desse o melhor álbum dos três já lançados pelo Kaiser Chiefs. Merece muito a admissão nessa lista.



Here We Stand - The Fratellis



Esse não poderia ficar de fora, né. Como fã número 1 de Fratellis no mundo inteiro, faço questão de colocar o Here We Stand aqui.

O fato é que muita gente não deu ao álbum o merecido crédito por causa da primeira impressão deixada pelo Costello Music (que é a maior obra prima da história musical depois de London Calling), mas Here We Stand é bom demais, o problema é que como o próprio líder da banda disse: eles nunca mais vão conseguir fazer algo com o Costello.

Mas os fãs, como eu, se contentam com lançamentos desse calão, com obras como "Heady Tale", "Mistress Mabel", "Shameless" e etc.



We Started Nothing - The Ting Tings



Bom pra dançar, bom pra ouvir em casa e com uma vocalista bonita. Precisa de mais alguma coisa pra uma banda fazer sucesso? Acho que não. E é isso que o Ting Tings veio provar com seu álbum de estréia.

A dupla britânica faz um electro rock bem limpo, com destaque pras baterias e backing vocals do outro cara que eu nem sei o nome, porque - no final das contas, quem interessa é a mina que canta. E canta muito, e ainda toca guitarra. Acho que tô apaixonado...



Consolers Of The Lonely - The Raconteurs



Sabe qual a semelhança entre o Who, o Led Zeppelin e o Raconteurs? Guardadas as devidas propoções - obviamente - as três são bandas em que os quatro integrantes sabem (ou sabiam) muito bem o que fazer com seus instrumentos. Jack White, Jack Lawrence, Brandon Benson e Patrick Keeler são quatro grandes músicos e que sabem fazer grandes canções.

Esse segundo trabalho da banda do
líder do White Stripes está repleto de músicas... bonitas. É, bonitas mesmo, acho que é a melhor palavra pra descrever faixas como "Many Shades of Black", "Top Yourself" e "Carolina Drama".



Vampire Weekend - Vampire Weekend



O Vampire Weekend é um quarteto nova-iorquino que chega pra inovar com seu álbum de estréia. Com uma mistura inédita de indie rock/pop com dub, afrobeat e afins, eles são mais uma das bandas estreantes que chegam pra se afirmar no cenário do rock internacional.

Com um cd repleto de percussão e teclados, faixas como "Mansard Roof", "A-Punk", "Cape Cod Kwassa Kwassa" e "Oxford Comma" merecem destaque. Ouçam!


Menções honrosas: Accelerate (REM), Partie Traumatic
(The Black Kids), Intimacy (Bloc Party), Donkey(CSS), Konk (The Kooks), Loyalty to Loyalty (Cold War Kids)







segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

The Ting Tings

We Started Nothing

(Essa não é a capa do disco)
The Ting Tings é uma dupla inglesa de um único disco. Fazem um som do estilo "Dance Indie Rock", mas na verdade rotular uma banda de algum estilo é uma grande simplificação e depreciação do trabalho de várias pessoas, então abaixo está o link pro download, ouçam e concordem ou discordem do que vou falar mais abaixo.

Track List:
Great DJ
That's not my name
Fruit Machine
Traffic Light
Shut up and let me go
Keep your head
Be the one
We walk
Impacilla Carpisung
We started nothing

Download

Aumente o som e prepare a pista de dança que a festa vai começar. Acho que resumi o CD aí. Sempre com linhas de bateria animadas e com melodias divertidas o CD foi feito para animar.
Os destaque são, não coicidentemente, os hits Great DJ, That's not my name (minha preferida do disco todo) e Shut up and let me go. Começe ouvindo o CD por essas, depois recomeçe e vá em ordem.
Traffic Light pode ser considerada a balada do disco, é uma boa música.
Dentre aquelas que não são os hits conhecidos pelo grande público, eu destaco e Keep your head e We walk.

Antes que eu esqueça, ao vivo eles usam trilha (computador tocando junto) e o show é animado, diferente do que eu esperava. Eu esperava um show ruim, porém gostei bastante do que vi no YouTube.
Também vale a pena conferir a versão acústica de That's not my name.

Bom divertimento e dance bastante ao som dessa grande banda.
Pode comentar, não faz mal à ninguém.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Little Joy

Little Joy é uma banda formada por Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Fabrizio Moretti (ex-The Strokes) e Binki Shapiro que faz um som para acalmar a mente e o coração. Impossível não relaxar ao som do CD de debutante da banda, com o mesmo nome dela.


Track list:
The next time around
Brand new start
Play the party
No one's better sake
Unattainable
Shoulder to Shoulder
With Strangers
Keep me in mind
How to hang a warhol
Don't watch me dancing
Evaporar

Download


The next time around pode ser considerada uma música resumo da obra, perfeita para começar o disco. As músicas seguintes são um pouco mais calmas. Mas em No one's better sake a banda já anima mais, com uma batida na bataria que até me dá uma certa vontade de dançar, ou pelo menos de balançar na cadeira; os teclados dessa música são fantásticos, repare neles.

Unattainable é a primeira música que Binki Shapiro é a principal vocalista, e volta a acalmar os ânimos do ouvinte. É nesse estilo que o cd segue adiante. With strangers é mais uma música calma do cd, mas que eu acho que merece um destaque nesse post.

Keep me in mind anima o cd de novo, e faz isso muito bem. O cd segue animado com How to hang a warhol. Don't watch me dancing é a outra música que Binki canta, e no mesmo estilo da outra é bastante calma e agradável de ouvir. Evaporar, que é a única em português, fecha o cd exatamente como ele se desenhou, é uma música calma e relaxante. Fecha bem o cd.

SOBRE O SHOW EM PORTO ALEGRE:
Dia: 27 de janeiro de 2009
Onde: Bar Opinião
Ingressos: Primeiro lote à R$35 a venda nas lojas BackDoor do Iguatemi e Praia de Belas

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Esclarecimentos

Em primeiro lugar: O nome do blog não é por acaso. "Dar pitacos" significa que tu tá dando conselhos daquilo que talvez tu não entenda tão bem quanto pensa que entende.

Em segundo lugar: O objetivo do blog é falar sobre música. Cds, Singles, DVDs, Shows e o que mais aparecer por aí.

Em terceiro lugar: Tentaremos não discriminar ninguém (ou quase ninguém).

Em quarto lugar: Falaremos de lançamentos, de coisas novas pra nós, que às vezes não são tão novas no mercado, e resgataremos coisas nas nossas playlists.

Em quinto lugar: Críticas são bem vindas, inclusive as ruins.

Em sexto lugar: Quer ajudar a postar? Fale comigo.

Em sétimo lugar: Aprecie sem moderação (o blog, claro).

Em oitavo lugar: Comente, não faz mal à ninguém.