domingo, 30 de janeiro de 2011

CH-CH-CH-CH-CH-CHERRY BOMB!!!



Então, alguns de vocês devem saber sobre o filme "The Runaways" com a mina do crepúsculo.
Bom, eu vi.

Daí tu me pergunta: por que tu foi assistir um filme dela???
E eu respondo: pq eu vi uma cena, uma única cena de uma performance da música "Cherry Bomb" e aquilo não saiu da minha cabeça.

Eu já tinha ouvido falar de The Runaways, mas nunca fui atrás. Até porque eu não sabia que tinha sido a primeira banda da Joan Jet.

Sobre a Joan Jet: esquece "I Love Rock'n'Roll"; a música mais tri dela é "Bad Reputation". Seria a música que eu ia entrar na minha formatura, se algum dia eu conseguir me formar.... (E está no filme "Dez coisas que eu odeio em você" e no "Shrek". Ninguém fala mal desses dois filmes!!)

O filme é bem mais ou menos. Estilo: "-Hey, vamos fazer um filme sobre uma banda?" "-Claro! Tem que ter uma cena de performance, uma cena lésbica, uma cena de overdose, uma briga e um reencontro com silêncio constrangedor entre os membros da banda no final." "-Ok, feito."

MAS, me fez baixar o primeiro álbum do The Runaway. E é F%#@!
(Apesar de alguma músicas serem bem parecidas, principalmente pelo vocal...)


Começa de uma forma explosiva, e não é só pelo trocadilho: "Cherry Bomb". A música foi feita para a vocalista, Cherie "Cherry " Currie, uma fedelha de 16 anos com um visual incrível e uma performance arrasadora e sexy. Sem forçar para o lado masculinizado ou afeminado, a variedade de estilos da banda e a contradição da personalidade da vocalista a tornam algo "menininha-tô-de-tpm-sou-legal-quero-sexo".

Pula pra faixa 4, "Thunder". Ah, eu achei muito boa essa. Tem uma batidinha especial...E é uma balada romântica que não deixa cair a imagem semi-durona das garotas. Falando em balada romântica, ouve a faixa 6, "Lovers". Então, olha como é o que deveria ser a música melosa delas....

"I want a kiss wet and real - strong love
I wanna tell you how I feel - right love
All Night long it rained and rained - ny love
Make me scream hey what's your name?

We lovers never say goodbye
We lovers never die
We stop and go so quietly
Cold lovers fade away"

Logo depois vem a doce "Blackmail", uma das canções mais ameaçadoras que eu já ouvi, com um vocal tão não-estou-dizendo-as-barbaridades-que-eu-estou-dizendo, e por isso TÃO FEMININA! Não só por isso é boa, mas tem um baixo arrasador. Vale um trechinho também.

"You will wish you were never born
Blackmail, blackmail
I'll make you pay
For the life that you tore
Blackmail
Black
Mail

I know about you and I'm gonna tell
The way I planned you're gonna go through hell
Now you listen to what I'm about to say
Or you won't live to see the light of day, you know"

(Quem já fez isso com um menino que contou pra todo mundo de vocês põe o dedo a-q-u-i, que já vai fe-char, o aba-ca-xi....)

Pra terminar, infelizmente, tem uma musiquinha juvenil punk de prisão, que faz perder um pouco o tesão pela banda... Esquece isso e volta pra ch-ch-ch-ch-ch-cherry bomb!!!


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Obra de OK Go



BREVE BIOGRAFIA
OK Go é uma banda Norte-Americana formada em Chicago e que, hoje, reside em Los Angeles. A banda é composta por Damian Kulash nos vocais e guitarra, Tim Nordwind no baixo e 2ª voz, Dan Konopka na bateria e percussão e Andy Ross na guitarra, teclado e 2ª voz, que veio a substituir Andy Duncan em 2005.
A banda é muito famosa por seus vídeo-clipes criativos. Por sinal, eles começaram a fazer sucesso somente após o vídeo de Here it goes again, que inclusive ganhou o Grammy de melhor curta musical de 2007. Aliás, já ouvi até dizerem que OK Go só é quem é por causa dos seus clipes, que a música não é tão boa e que talvez o sucesso musical deles não seja tão merecido. Cá estou para tentar mostrar à estas pessoas que a banda produz música boa de verdade.

DISCOGRAFIA

Este é o primeiro disco da banda, chamado - também - de OK Go. O disco traz um rock simples, sem muito mistério, sem psicodelia nem nada assim. Guitarras, violões, baixo, bateria, vozes, melodia e teclados de fundo. É isso que vamos ouvir neste CD. Isso é ruim? Eu não acho, aliás, as músicas são muito bem construídas e evoluem muito bem. Sem contar que a seleção da ordem das músicas no disco é muito boa também: começa muito bem, o que te anima pra ouvir o resto da obra. No meio do disco as músicas não são tão boas, mas longe de serem ruins. No final do disco há novas excelentes músicas que te deixam com vontade de ouvir o CD de novo. Vamos aos destaques: Get over it, Don't ask me, What to do, Return (pra mim, a melhor música da banda), The fix is in e Hello, my treacherous friend.


O segundo disco da banda se chama OH NO. Ele não traz muitas inovações em relação ao primeiro álbum: continua na idéia de guitarras, teclados, baixo, bateria e linhas vocais. Ótimo, se não, excelente. Entretanto, agora a banda traz um pouco mais de elementos dos teclados e abusa um pouco mais das linhas de guitarra, interessante. Muita gente diz que este é o melhor álbum da banda, mas não sei se consigo dizer isso, acho a disputa muito apertada entre os três. E na verdade, este disco apresenta até a sua estrutura parecida com o primeiro disco, começando e acabando mais animado. Destaques: Invincible, Here it goes again, A good idea at the time, No sign of life, Television, Television, The house wins.

Este é o terceiro e atual disco da banda: OF THE BLUE COLOR OF THE SKY. Aqui houve uma revolução na banda. Não somente pela troca do guitarrista, mas o estilo musical sofre uma mudança radical. O abuso de linhas vocais e de teclado continua. Porém agora a bateria, o baixo e a guitarra exploram caminhos que antes não andavam, tanto em efeitos eletrônicos como na própria composição. Desde que conheci a banda eu admirava ela e este disco foi um choque pra mim, estranhei no início, mas assim que me acostumei com o avanço da banda consegui compreender e identificar que tinha em minhas mãos uma excelente obra musical. Aos destaques: WTF?, This too shall pass, All is not lost, Needing/Getting, White Knuckles, End Love, Last Leaf (excelente balada!), Back from Kathmandu.

Pessoal, foi extremamente difícil escolher os destaques de cada disco. Então aconselho que baixem e ouçam os discos inteiros, ainda mais o terceiro álbum, que as músicas que não coloquei como destaque são aquelas mais difíceis de digerir, mas que quando a gente consegue ver o que a música realmente tem pra nos mostrar, é genial. Este terceiro álbum realmente exige da gente um despertar para novos horizontes, enquanto os outros discos são mais lights para digerir e ouvir. Enfim, vale a pena ouvir o que estes americanos criaram.

CLIPES
Bom, como já comentei, os caras ficaram famosos pelos seus clipes. Eu realmente acho genial alguns, outros acho simplesmente meio estranhos. Mas assim, inclusive aqueles que não fizeram sucesso vale a pena ir no YouTube conferir. Vou colocar aqui links pra'queles que fizeram mais sucesso e/ou que eu considero os melhores:
HERE IT GOES AGAIN (o todo premiado)
A MILLION WAYS (não coloquei como música destaque, mas uma revolução em termos visuais)
THIS TOO SHALL PASS (versão com bandinha - genail, por sinal)
THIS TOO SHALL PASS (versão Rube Goldbarg Machine - genial também)
WHITE KNUCKLES (com animais, outro fantástico)
BACK FROM KATHMANDU (uma idéia bastante interessante - desenhar com GPS)

E o que uma banda faz além de discos e clipes? Shows!

SHOWS
Na verdade, posso falar de UM só show. O que eu fui. Como talvez vocês saibam, o OK Go veio ao Brasil em setembro/2010. Quem conhece meu currículo de shows, sabe que ele é de se invejar e por isso pode se espantar com o que vou dizer agora: Talvez o show do OK Go que vi tenha sido o melhor na relação custo-benefício que já fui! O show deles foi extremamente barato: R$ 40 e eu ainda ganhei entrada pra uma festa que custava R$ 20. E, acima disso, o show foi genial. Grandes surpresas, EXCELENTE interação com o público (que considero essencial num show). Um show descontraído ao natural, bom ao natural. Eles falaram da experiência de tocar no VMB, tiraram foto do público pro Facebook deles, chamaram meninas da platéia pra fazer a dança de A Million Ways no palco - ou seja, tocaram a música duas vezes. Last Leaf foi tocado pelo vocalista Damian no MEIO DO PÚBLICO com um violão e um banquinho, sem microfones (claro que o tamanho do local ajudou nisso). Fiquei triste por não ouvir algumas músicas, especialmente Return, mas eu já esperava isso. Uma das músicas que eu mais esperava era What To Do, mas eles não tocaram como no CD, fizeram melhor do que isso, me surpreenderam e eu até chorei na música. Eles tocaram What To Do assim (o vídeo tem o Damian falando do porquê de terem vindo ao Brasil e sobre o VMB antes da música - música em 2:15). Simplesmente fantástico! Nisso tenho que agradecer à MTV pro trazê-los ao VMB e pela BECO 203 PRODUTORA por trazer eles à Porto Alegre.

Bom, digam o que vocês quiserem, sempre vou achar OK Go genial.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Uma Obra de Arte

Sim, esse álbum é por completo uma obra de arte.



Admirem, por favor, a capa. Ela foi feita por Andy Warhol, o cara mais foda da arte pop. Ele usava técnicas de serigrafia para fazer várias vezes o mesmo desenho de algo muito popular, com cores diferentes e psicodélicas, transformando o comum em arte, mas ainda assim em arte reprodutível, o que é bastante contraditório e por si só esse conceito já é arte.
Bom, esse cara se meteu a fazer muitas coisas, fez cinema e também produziu uma "pobre pequena banda rica" chamada VELVET UNDERGROUND.
Se bem que a maior das influências dele foi forçar o vocalista, um tal de Lou Reed, a aceitar a presença de uma cantora com voz de travesti e absolutamente cult chamada Nico...
Foi assim que surgiu um dos álbuns mais influentes da história da música: VELVET UNDERGROUND AND NICO, produced by ANDY WARHOL.

Ok, mas pq eu to falando de um álbum lançado em 1967?
PORQUE EU GANHEI O VINIL DE NATAL DO MEU NAMORADO!!!!

Então, eu preciso me exibir.
Já que a bananinha da capa descasca.... \o/

Mas pra vocês entenderem:

Tu gosta de Indie Rock?
Tu gosta de Punk Rock, Pop Punk, Glam Rock, tudo e qualquer coisa que não seja progressivo?

Então tudo que tu gosta foi influenciado por eles.
Deu pra notar que eu sou fã, certo?

Então vamos para a análise das faixas:

O álbum começa bem singelo, com Sunday Morning. Tu jura que é uma banda fofa. Pra depois tomar um tombo com I'm Waiting for the Man. E sabe pq? "Everybody's pinned you, but nobody cares/ He's got the works, gives you sweet taste/ Ah then you gotta split because you got no time to waste/ I'm waiting for may man." Daí que tu percebe que o assunto é sério mesmo.
Agora, admira a performance da Nico em Femme Fatale, e a intensidade da interpretação do Reed em Venus in Furs. Isso para que em Run Run Run tu veja a origem do Indie Rock.

O lado B é mais sombrio, tem muito da essência do que viria ser o pré-punk, a parte mais depressiva dele. Mas tem uma música, A música, que mostra do que o Lou Reed é capaz.

Heroin, além de uma letra impactante por demais, independente da suposta apologia às drogas, é um depoimento impressionante sobre sentir-se perdido. É um depoimento não só de jovem, mas retrato de uma geração.E a melodia crescente e forte, quase como uma surra, como um discurso desesperado, contrastando com a fragilidade do cantor, faz até pessoas como eu aguentarem 7 minutos e cinco segundos de música como se tivesse passado uma canção dos Ramones.


"(...) Because when the smack begins to flow
I really don't care anymore
About all the Jim-Jims in this town
And all the politicians making crazy sounds
And everybody putting everybody else down
And all the dead bodies piled up in mounds (...)"

Enfim, ouçam.
E depois não precisam me avisar de todas as coisas maravilhosas que eu tenho que fazer pro/no meu namorado por ele ter me dado esse vinil. Eu sei.