terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Uma Obra de Arte

Sim, esse álbum é por completo uma obra de arte.



Admirem, por favor, a capa. Ela foi feita por Andy Warhol, o cara mais foda da arte pop. Ele usava técnicas de serigrafia para fazer várias vezes o mesmo desenho de algo muito popular, com cores diferentes e psicodélicas, transformando o comum em arte, mas ainda assim em arte reprodutível, o que é bastante contraditório e por si só esse conceito já é arte.
Bom, esse cara se meteu a fazer muitas coisas, fez cinema e também produziu uma "pobre pequena banda rica" chamada VELVET UNDERGROUND.
Se bem que a maior das influências dele foi forçar o vocalista, um tal de Lou Reed, a aceitar a presença de uma cantora com voz de travesti e absolutamente cult chamada Nico...
Foi assim que surgiu um dos álbuns mais influentes da história da música: VELVET UNDERGROUND AND NICO, produced by ANDY WARHOL.

Ok, mas pq eu to falando de um álbum lançado em 1967?
PORQUE EU GANHEI O VINIL DE NATAL DO MEU NAMORADO!!!!

Então, eu preciso me exibir.
Já que a bananinha da capa descasca.... \o/

Mas pra vocês entenderem:

Tu gosta de Indie Rock?
Tu gosta de Punk Rock, Pop Punk, Glam Rock, tudo e qualquer coisa que não seja progressivo?

Então tudo que tu gosta foi influenciado por eles.
Deu pra notar que eu sou fã, certo?

Então vamos para a análise das faixas:

O álbum começa bem singelo, com Sunday Morning. Tu jura que é uma banda fofa. Pra depois tomar um tombo com I'm Waiting for the Man. E sabe pq? "Everybody's pinned you, but nobody cares/ He's got the works, gives you sweet taste/ Ah then you gotta split because you got no time to waste/ I'm waiting for may man." Daí que tu percebe que o assunto é sério mesmo.
Agora, admira a performance da Nico em Femme Fatale, e a intensidade da interpretação do Reed em Venus in Furs. Isso para que em Run Run Run tu veja a origem do Indie Rock.

O lado B é mais sombrio, tem muito da essência do que viria ser o pré-punk, a parte mais depressiva dele. Mas tem uma música, A música, que mostra do que o Lou Reed é capaz.

Heroin, além de uma letra impactante por demais, independente da suposta apologia às drogas, é um depoimento impressionante sobre sentir-se perdido. É um depoimento não só de jovem, mas retrato de uma geração.E a melodia crescente e forte, quase como uma surra, como um discurso desesperado, contrastando com a fragilidade do cantor, faz até pessoas como eu aguentarem 7 minutos e cinco segundos de música como se tivesse passado uma canção dos Ramones.


"(...) Because when the smack begins to flow
I really don't care anymore
About all the Jim-Jims in this town
And all the politicians making crazy sounds
And everybody putting everybody else down
And all the dead bodies piled up in mounds (...)"

Enfim, ouçam.
E depois não precisam me avisar de todas as coisas maravilhosas que eu tenho que fazer pro/no meu namorado por ele ter me dado esse vinil. Eu sei.

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