quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bandas que você provavelmente não vai gostar

É fácil observar como algumas coisas se repetem em música: os clássicos 3 ou 4 acordes, os dois versos antecedendo um refrão, os compassos de 4 tempos. Tudo isso curtos 3 minutos, obviamente.


Músicas perfeitamente ajustadas para soarem como se espera que as músicas soem. Não que um dia esse formato não tenha sido o diferente e o inovador, mas, vamos concordar, já fazem alguns bons anos.


Em todo caso, vou mostrar 4 bandas diferentes. Bandas que vão além dos 3 acordes, 3 minutos e esquecem da fórmula Verso/Verso/Refrão. Bandas que você provavelmente não vai gostar de ouvir e que, com certeza, não serão a trilha sonora do próximo churrasco com aquela galera maneira da sua turma do colégio.


Já ouvi falar que são Math Rock, Post-Rock, Rock Experimental. Eu prefiro chamar de música. Em todo caso, apesar do desgosto com relação a esses rótulos, vamos dar uma passada rápida sobre o que seriam, deixando bem claro que posso estar falando muita bobagem, já que li pouco e rápido sobre o assunto.


O Math Rock surge fins da década de 80. Ele tem como nascentes o punk e o hardcore e, pelo que se escuta, talvez alguma coisa de Fusion. O Post-Rock é uma variante um pouco mais leve, sem o peso do punk, citado antes.


Entretanto, nos dois casos, dá para perceber alguma influência do Jazz. As composições costumam ser bastante atonais e com ritmos diferenciados. Além disso, o que notei foi uma preferência pelo instrumental.


Eu pretendia aqui falar um pouco sobre 4 bandas. Sabia, desde o início, que talvez não encontrasse muitas informações sobre os caras, afinal de contas, não são os mais mainstream do mundo. Acabei vendo que vou poder falar apenas sobre 2, porque simplesmente não existe nada sobre as outras.


Então, as bandas:





Volta do Mar


Dessas, minha banda favorita. Infelizmente, não achei grandes notícias ou histórico da banda. Apenas sei que é de Chicago (falei, não?) e formada por bateria, guitarra e 2 baixos (5 e 6 cordas).

As músicas demonstram a grande capacidade técnica e musical dos integrantes, mais uma vez, sem soar uma masturbação juvenil. Os dois baixos dão, como não era diferente de se imaginar, uma sonoridade peculiar. Um deles brincar com acordes, enquanto o outro tem linhas interessantes.

O que ouvir deles? O disco At The Speed Of Light Or Day, com destaque para 7/1000 e Warszawa Minor (vídeo ao final)


Infelizmente, a banda anunciou em seu MySpace que não está em turnê ou gravação e que não tem planos para um futuro próximo. Seus membros atualmente se dedicam a outras bandas, que também fazem parte do mesmo estilo.





Ghosts and Vodka


Fantasmas e vodka. Que nome ótimo. Não existe uma vez que fale sobre o assunto que não cite eles. Bem, o quinteto surgiu em 1998 em Chicago, um centro interessante desse tipo de música. O grupo funcionou até 2001, lançando 3 álbuns: Memento Mori (EP), Precious Blood e Addicts and Drunks (esse lançado já em 2003).

Ouvindo o Precious Blood percebe-se que é uma banda monstruosa. Aquele ótimo instrumental técnico sem parecer um garoto de 15 anos competindo com os amigos quantas notas cabem em um segundo. Os timbres são interessantes, fugindo de uma distorção já lugar-comum.

Apesar do término do grupo, no início do ano, em seu blog do MySpace, a banda disse ter se reunido para um ensaio, o primeiro desde 2001. Uma ótima notícia para quem gostar, mas até agora, não existe nada oficial.

O que ouvir deles? Precious Blood, com destaque para Futuristic Genitalia, Andrea Loves Horses, Nicholas Prefers Dinossaurs e It’s All About Right Them (vídeo ao final do post).






Tristeza


Mais um quinteto, mas dessa vez de San Diego. Formado em 1998, o grupo tem um som bem mais calmo do que o Ghosts and Vodka. Se esse mostra um virtuosismo em composições e técnica, o Tristeza mostra músicas muito mais harmônicas, se aproximando do Explosions in the Sky (uma banda que vale um post). Com mais de 10 discos lançados, a banda segue em plena atividade.

Deles, conheço o Dream Signals In Full Circles, disco de 2006. O álbum é bastante interessante. Músicas com texturas diferentes e bem trabalhadas.

O que ouvir deles? Shifty Drifty, Opiate Slopes e Respira, todos do Dream Signals In Full Circles.






Sincabeza


Essa realmente foi difícil. Os caras tem site, tem myspace e tudo. Mesmo assim, em lugar algum, dão grandes informações. O trio francês é bastante interessante. Eles estão mais próximos do Tristeza, mas com um som um pouco mais quebrado.

O que ouvir deles? Edit Sur Passage Avant Fin Ou Montée D'Instrument, com destaque para a música 04




Quem gostar, sugiro um blog chamado Two Plus Two not Four. O cara lança discos bem interessantes do gênero e foi de lá onde consegui todos. Qualquer coisa, estamos a disposição. Tantos para conversar quanto para tentar tocar coisas do tipo.


http://twoplustwonotfour.blogspot.com/













Vídeos


Warszawa Minor - Volta do Mar


It’s All About Right Them - Ghosts and Vodka

3 comentários:

Gui K disse...

Gostei das músicas. Elas realmente nao vao ser tema do meu próximo churrasco, mas gostei delas.
Preferi Ghosts & Vodka, talvez porque já conhecia duas músicas, mas acho que é por ser mais agitado mesmo.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

belo post, to baixando os respectivos cds e dar uma olhada pra ver se é o que eu gosto de ouvir.. uma sugestão para o proximo post é sobre o post-rock instrumental mais focado no japão, com bandas como té (minha preferida),toe (detalhe pro baterista Kashikura Takashi,muito bom) lite, mirror etc.

abraço

ah, é o rodrigo chies aqui ;D